Apresentação
A família é um dom de Deus. O próprio Filho de Deus, ao se encarnar, precisou de uma família para crescer em estatura, sabedoria e graça. Também os grupos sociais encontram na família a garantia de sua existência e de seu progresso.
Entretanto, a família é igualmente um espaço de dor e lágrimas. É na vida de família que se vivenciam as dores do parto, a febre da criança, a rebeldia dos filhos, os pecados dos pais, as limitações da idade avançada. Sofrimentos que doem, mas são oportunidade de amar ainda mais.
Não é sem razão que a Igreja vem dando ênfase à Pastoral Familiar e aos encontros de pais e filhos, pois já percebeu que a família é o alvo preferencial dos ataques à fé cristã.
Este pequeno livro, reunindo roteiros de reflexão publicados na revista “O Lutador”, pretende contribuir para a caminhada de nossas famílias e auxiliar na tomada de consciência de pais e educadores, aos quais o Senhor confiou a mais preciosa missão.
Antônio Carlos Santini
31 de dezembro de 2017
Festa da Sagrada Família
Quando os filhos crescem...
1. Coisas que acontecem
— “Tenho saudades do tempo em que eles eram pequenos!”
— “Filho criado, trabalho dobrado...”
Frases que os pais costumam repetir quando os filhos crescem. Que sentimentos se escondem por trás dessas palavras? Como traduzi-las?
Seria apenas porque os filhos se tornam rebeldes, independentes? Ou há um traço de decepção nos pais que alimentaram expectativas diferentes sobre eles? Existe uma espécie de cansaço ou de saturação nos próprios pais?
2. Pensando juntos
Seja como for, também José e Maria de Nazaré experimentaram semelhantes dificuldades de “entender” o procedimento do filho Jesus. É o que lemos no Evangelho de Lucas 2, 41-50.
Era Páscoa em Jerusalém. A cidade recebia no mínimo 150 mil peregrinos. Talvez o dobro, segundo alguns exegetas. O casal de roceiros da Galileia não percebeu que o adolescente Jesus, em seus 12 a 13 anos de idade, se misturara à multidão. Na volta para Nazaré, após o primeiro dia de caminhada, verificam que o filho não estava na comitiva.
Voltam a Jerusalém e o procuram, aflitos, por três dias. Acabam por encontrá-lo no Templo, dialogando com os doutores da Lei, perguntando e respondendo como um mestre entre mestres.
A mãe o interpela: “Que nos fizeste? Teu pai e eu estávamos angustiados à tua procura!” O adolescente responde: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é do meu Pai?”
São Lucas registra: “Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes falou”.
3. Para uma reunião de casais
— Como você teria reagido naquela situação enfrentada por José e Maria?
— Já passou por semelhante angústia?
— Qual a sua dificuldade maior no relacionamento com os filhos?
— Você procura fazer escolhas para seu filho? Ou deixa que eles façam uso de sua liberdade?
Sugestão: ter um tempo de oração com os filhos, por mais breve que seja.
Para rezar com a Bíblia:
Salmo 128 [127]
Feliz quem teme o Senhor
e segue seus caminhos.
Viverás do trabalho de tuas mãos,
viverás feliz e satisfeito.
Tua esposa será como uma vinha fecunda
no interior de tua casa;
teus filhos, como brotos de oliveira
ao redor de tua mesa.
Assim será abençoado
o homem que teme o Senhor.
De Sião o Senhor te abençoe!
Possas ver Jerusalém feliz
todos os dias de tua vida.
E vejas os filhos de teus filhos.
Paz sobre Israel!