Se me fosse pedido para descrever tão brevemente e popularmente quanto eu pudesse, o que seria uma Universidade, eu delinearia minha resposta a partir de sua designação antiga como um
Studium Generale, ou “Escola de Aprendizado Universal”
[1]. Esta descrição implica a reunião de desconhecidos de todas as partes em um só lugar.
De todas as partes, se não, como você encontrará professores e estudantes para cada ramo do conhecimento?
Em um só lugar, se não, como poderia existir uma escola afinal? Consequentemente, na sua forma simples e elementar, ela é uma escola de todo o tipo de conhecimento, formada por professores e aprendizes de todos os quadrantes. Muitos são os requisitos para completar e satisfazer a ideia contida nesta descrição, mas assim parece ser uma Universidade em essência, um local para a comunicação e circulação do pensamento por meio do contato pessoal, por uma ampla região.
Não há nada de artificial ou não razoável na ideia assim a nós apresentada, e se isso é uma Universidade, então a Universidade apenas diz respeito a uma necessidade de nossa natureza, sendo apenas um espécime em um meio em particular, dos muitos que poderiam ser mencionados dentre o sortimento para tal necessidade. A educação mútua, numa ampla acepção do termo, é uma das maiores e incessantes ocupações da sociedade, e é parcialmente realizada com um objetivo em particular, porém nem sempre. Uma geração sucede à outra e a geração existente está sempre reagindo sobre si mesma por meio de seus membros individuais. Neste processo, nem preciso dizer, os livros, a
litera scripta, são um instrumento especial. E isto é verdade, destacadamente em nossa época. Considerando o prodigioso poder da imprensa, e como ela está desenvolvida atualmente, numa contínua publicação de periódicos, panfletos, trabalhos em série e literatura, nós devemos admitir que nunca existiu um momento que garantiu de forma mais razoável que se deixasse de lado outros meios de informação e instrução. O que desejaríamos mais, você diria, para a educação intelectual do homem como um todo, e para cada homem, do que a disseminação tão exuberante, diversificada e persistente de todos os tipos de conhecimento? Por quê, você perguntaria, necessitamos ir em direção ao conhecimento quando o conhecimento vem até nós?
A sibila escrevia suas profecias sobre as folhas da floresta e as perdia.
[2] Mas hoje, tal descuidada profusão pode ser sensatamente perdoada, pois podemos desfrutá-la sem medo de perdê-la, como consequência da quase fabulosa fecundidade do instrumento que esta última época inventou. Nós temos sermões nas pedras e livros nas águas correntes
[3], trabalhos maiores e mais completos do que àqueles que deram imortalidade aos antigos, publicados diariamente e levados aos confins da Terra à velocidade de centenas de milhas por dia. Enxames de livretos forram nossas poltronas e polvilham nossas ruas, e até os tijolos das paredes em nossa cidade proclamam sabedoria, informando-nos com seus cartazes onde podemos adquiri-la de forma rápida e barata.
Eu admito isso tudo e bem mais, esta é certamente nossa educação popular, e seus efeitos são notáveis. Mesmo assim, mesmo nesta época, sempre que as pessoas estão pensando seriamente em obter, o que na linguagem do comércio é chamado de “uma boa oferta”, quando buscam por algo único, algo refinado, realmente brilhante, realmente grande, algo seleto, elas vão a outro mercado. As pessoas utilizam-se, de uma forma ou outra, do método rival, o antigo método da instrução oral, da comunicação presente homem a homem, de professores em vez do estudo, da influência pessoal de um mestre e a humilde iniciação de um discípulo e, consequentemente, dos grandes centros de peregrinação e afluência, que tal método educacional necessariamente envolve. Isto, penso eu, se aplicaria bem em todos aqueles segmentos ou aspectos da sociedade, os quais possuam um interesse suficiente para unir os homens entre si, ou constituir aquilo que é chamado “um mundo”. Isso se aplica no mundo político, na alta sociedade e no mundo religioso, e se aplica também nos mundos científico e literário.
Se as ações dos homens podem ser tomadas como algum teste de suas convicções, então temos razão ao dizer que: o domínio e o benefício inestimável da
litera scripta é o de ser um registro da verdade, uma autoridade de apelação e também um instrumento de ensino nas mãos do professor; mas, se desejamos ser precisa e inteiramente equipados em qualquer complexo e diversificado ramo do conhecimento, devemos consultar o homem real e ouvir sua voz viva. Não tenho o compromisso de investigar as causas disso, e qualquer coisa que eu pudesse dizer, estou certo, resultaria em uma análise limitada. Talvez possamos sugerir que nenhum livro pode alcançar as inumeráveis questões que são possíveis para um assunto extenso, ou consiga dar conta das dificuldades que são grandemente sentidas por cada leitor em particular. Ou, novamente, que nenhum livro possa transmitir o espírito e as delicadas peculiaridades de seu tema com aquela rapidez e segurança como a alcançada pela empatia entre duas almas, pelo olhar, o gestual, a entonação e a conduta, das expressões casuais saídas de improviso e das reviravoltas espontâneas da conversação pessoal. Mas eu já estou me demorando muito em uma parte não essencial da minha principal preocupação. Qualquer que seja a causa, o fato é inegável. Os princípios gerais de qualquer objeto de estudo pode ser aprendido por livros, em casa, mas os detalhes, as tintas, o tom, o ar, a vida que o faz viver em nós, é preciso adquirir daqueles nos quais ele já vive. Você deve seguir o exemplo do estudante de francês ou alemão, o qual não está satisfeito com sua gramática, e ir a Paris ou Dresden, ou ter como exemplo o jovem artista, o qual aspira visitar os grandes Mestres em Florença e Roma. Até descobrirmos algum daguerreótipo
[4] intelectual, que capte o andamento do pensamento e a forma, contornos e características da verdade, tão completa e minuciosamente, como o instrumento óptico reproduz o objeto sensível, devemos ir aos mestres da sabedoria para aprender sabedoria, devemos nos dirigir à fonte e dela beber. Parte dessa sabedoria pode ir da fonte aos confins da Terra através dos livros, mas sua plenitude está em apenas um local. É em tais assembleias e congregações de intelecto que os livros, obras-primas do gênio humano, são escritos, ou ao menos originados.
O princípio em que venho insistindo é tão óbvio e os casos em questão tão claros, que eu deveria achar tedioso continuar com o assunto, exceto que um ou dois esclarecimentos podem servir para explicar o tema à minha maneira, o que não faria justiça à doutrina a qual pretenderia aplicar.
Por exemplo, os modos polidos e a conduta distinta, tão difíceis de se alcançar, e que quando alcançados são estritamente pessoais, muito admirados na sociedade, da própria sociedade são adquiridos. Tudo o que vai formar um cavalheiro, como a presença, porte, trato, gestos, voz, serenidade, o domínio de si, a cortesia, a arte da conversação, o talento de não ofender, os princípios elevados, a sutileza no pensar, a felicidade na expressão, o bom-gosto e a adequação, a sinceridade e consideração, a generosidade, a tolerância e o desprendimento. Algumas dessas qualidades vêm da natureza, algumas se encontram em qualquer classe social, algumas são normas diretas do Cristianismo, mas o conjunto total de todas elas, consolidadas na unidade de um caráter individual, esperamos nós que possam ser aprendidas pelos livros? Não são elas necessariamente adquiridas, onde elas podem ser encontradas, ou seja, na alta sociedade? A própria natureza do caso nos leva a assim dizer. Você não pode esgrimir sem um adversário nem desafiar todos os presentes numa arguição antes de ter defendido sua tese.
[5] De maneira semelhante, é razoável pensar que não se aprende a conversar, até que se tenha pessoas para conversar. Não se pode perder o acanhamento natural, a inabilidade ou a sisudez, ou outra imperfeição recorrente, até que se passe um tempo em alguma escola de boas-maneiras. Bem, e não é isso o que ocorre na verdade? A metrópole, a corte, as grandes mansões, são os centros aos quais em determinadas épocas, o campo aflui, como a santuários de refinamento e bom gosto, e então, no tempo certo, o campo volta para casa novamente, enriquecido com uma parte das conquistas sociais, as quais foram despertadas e elevadas entre aqueles mesmos que amavelmente as distribuíram aos visitantes. Não estamos aptos a conceber como o cavalheirismo pode, de outra maneira, ser mantido. E ele mantêm-se deste exato modo.
E agora um segundo exemplo: e aqui também irei falar sem experiência pessoal do tema que apresento. Admito não ter tido assento no Parlamento, assim como não integrar o
beau monde.
[6] Ainda assim, eu só posso pensar que a carreira política, bem como a alta-educação, é aprendida, não pelos livros, mas em alguns centros de educação. Se não for presunção dizer, o Parlamento coloca o homem inteligente no compasso com a política e os negócios de Estado de uma maneira surpreendente a ele mesmo. Um membro da legislatura, se for razoavelmente observador, começa a ver as coisas com novos olhos, mesmo que seus pontos de vista não mudem. Agora, as palavras e as ideias têm uma realidade que não possuíam antes. Ele ouve uma vasta quantidade de discursos públicos e conversas privadas, que nunca são impressas. A relação entre as medidas e os acontecimentos, as ações dos partidos e as figuras de amigos e inimigos, são reveladas ao homem que está no meio disso com uma nitidez que nem a mais minuciosa leitura dos jornais conseguiria transmitir. É o acesso às nascentes da sabedoria e experiência políticas, é o encontro diário, de uma forma ou outra, com a multidão que a elas acorrem, é a familiaridade com os negócios, é o acesso às contribuições dos fatos e da opinião, amarradas à muitas testemunhas vindas de muitos lugares, que faz isso a esse homem. Entretanto, não preciso de explicação para um fato, o qual é suficiente apenas citar: o fato que as Casas do Parlamento e a atmosfera que as cerca são um tipo de Universidade da Política.
Considerando o mundo da ciência, encontramos um notável exemplo do princípio que estou explicando nas reuniões periódicas promovidas para o seu progresso. Essas reuniões surgiram no curso dos últimos vinte anos, como àquelas da
British Association.
[7] Tais encontros, à primeira vista, pareceriam simplesmente absurdos para muitos. Mais do que todas as matérias de estudo, a Ciência é transmitida, comunicada pelos livros ou pelo ensino particular. Os experimentos e investigações são conduzidas no silêncio e as descobertas feitas na solidão. O que filósofos tem a ver com celebrações festivas e solenidades laudatórias, e qual a relação disso com verdades físicas e matemáticas? Dando maior atenção ao assunto, podemos ver que nem mesmo o pensamento científico pode dispensar as sugestões, a instrução, o estímulo, a empatia e o encontro com a humanidade, propiciado por essas reuniões. Uma época agradável do ano é escolhida, com dias longos e céu brilhante, quando a terra sorri e toda a natureza rejubila; uma cidade é escolhida por sua tradição ou opulência moderna, onde os prédios são espaçosos e a hospitalidade calorosa. A novidade do lugar e da circunstância, o entusiasmo com os desconhecidos e a descontração com as caras conhecidas, a majestade da posição ou da genialidade, a amabilidade de homens satisfeitos consigo e com os outros, os espíritos elevados, a circulação dos pensamentos, a curiosidade; as sessões matinais, os exercícios ao ar livre, a mesa repleta e merecida, a alegria elegante, as rodas de conversa ao final do dia; a palestra brilhante, as discussões ou desencontros entre homens notáveis, as narrativas do progresso científico, das expectativas, das decepções, conflitos e sucessos e as excepcionais eulogias. Tudo isso e os demais elementos da celebração anual são considerados relevantes e substanciais para o avanço do conhecimento, de tal maneira, que não podem ser substituídos. Claro que são eventos ocasionais, relacionados ao decreto de fundação, início ou comemoração anuais da Universidade, não sendo este seu estado cotidiano, mas que pertencem à sua natureza, e eu acredito em sua utilidade. Estes eventos proporcionam uma certa vitalidade e, podemos dizer, a comunicação corpo-a-corpo do conhecimento científico, o intercâmbio geral de ideias, a comparação e ajuste da ciência com a própria ciência, uma abertura do espírito, tanto social quanto intelectual, um amor ardente pelo tipo de estudo em particular escolhido pelo indivíduo, e uma nobre devoção a ele.
Tais encontros, repito, são periódicos, e apenas parcialmente representam a ideia de Universidade. A agitação e o turbilhão que acompanham esses eventos não estão em consonância com a ordem e a seriedade da educação intelectual sincera. Nós aspiramos a meios de instrução que não envolvam interrupções em nossos hábitos cotidianos, e nem precisamos procurar muito, pois o curso natural dos fatos nos traz o que queremos, enquanto debatemos sobre eles. Em todo grande país, quer desejemos ou não, a metrópole, por si só, torna-se uma espécie de Universidade. Como a principal cidade é o assento da corte, da alta sociedade, da política e da lei, da mesma maneira, é claro, é também o assento das letras. Atualmente e desde muitos anos, Londres e Paris são Universidades, em realidade e por funcionamento, embora a famosa Universidade de Paris não esteja mais lá e em Londres; exceto como conselho de administração, mal há uma Universidade. Os jornais, as revistas, os periódicos de todo o tipo, as editoras, as bibliotecas, museus e academias aí existentes, as sociedades científicas e educativas, investem a cidade com as funções de uma Universidade. A atmosfera de intelecto, que em uma época passada pairou sobre Oxford, Bolonha ou Salamanca, moveu-se, com a mudança dos tempos, para o centro do governo. Naquela direção dirigem-se jovens de todas as partes, os estudantes de direito, medicina e das artes, e os
employés e
attachés da literatura. Lá vivem de acordo com as circunstâncias, e estão satisfeitos com seu lar temporário, já que lá encontram tudo o que lhes foi prometido. Não aprenderam nenhuma religião em particular, mas bem aprenderam sua profissão pessoal. Além disso, tornaram-se familiarizados com os modos, hábitos e opiniões de sua morada temporária e fizeram sua parte para manter as tradições do local. Não podemos falar que não temos Universidades Virtuais, tal é a própria metrópole. A questão é, se a educação procurada e aplicada deveria ser baseada em princípios, formada sob regras e dirigida aos mais altos fins ou deixada à sucessão aleatória de mestres e escolas, um após o outro, com um melancólico desperdício de intelecto e um alto risco à verdade.
O ensino religioso proporciona um exemplo de nosso tema até certo ponto. Ele não se assenta só nos centros do mundo, sendo isso impossível pela sua natureza. Ele propõe-se a muitos, não a poucos. Seu tema é a verdade necessária para nós, não a verdade obscura e rara. Ele concorda em princípio com a Universidade, pois seu grande instrumento ou órgão sempre foi aquele prescrito pela natureza em todo o tipo de educação, a presença pessoal de um professor, ou, em linguagem teológica, Tradição Oral. É a voz viva, a forma que respira, o semblante expressivo, a que prega e catequiza. A verdade, um espírito múltiplo, sutil e invisível, é derramada na mente do estudioso em seus olhos e ouvidos, através de seus afetos, imaginação e razão. É derramada em sua mente e ali selada perpetuamente, através da sua proposição e repetição, pelo questionamento repetido, pela correção e explicação, pelo avanço e pela volta aos princípios, por todos esses meios, enfim, que estão implícitos no verbo “catequizar”. Nos primeiros tempos, era um trabalho longo, meses, algumas vezes anos eram devotados à árdua tarefa de demover da mente do Cristão incipiente os erros do paganismo e moldá-la na fé Cristã. As Escrituras estavam disponíveis para o estudo daqueles que podiam utilizar-se dela, mas Santo Irineu não hesitava em falar de povos inteiros que se converteram ao Cristianismo sem sequer poder lê-las. Não ser capaz de ler ou escrever, naqueles tempos, não era evidência de falta de conhecimento: os anacoretas do deserto eram, nesse sentido, iletrados. Mesmo o grande Santo Antão do Deserto, embora não fosse homem de letras, era páreo equivalente para os filósofos que vinham para testá-lo. Dídimo, o grande teólogo da Igreja de Alexandria, era cego. A antiga disciplina chamada
Disciplina Arcani envolvia o mesmo princípio. As doutrinas mais sagradas da Revelação não eram confiadas aos livros, mas difundidas pela sucessiva tradição. Os ensinamentos sobre a Santíssima Trindade e a Eucaristia foram dessa maneira transmitidos por centenas de anos, e quando então foram escritos, renderam muitos volumes, que não esgotaram o assunto.
Entretanto, a título de ilustração eu disse mais que o necessário. Finalizo como comecei: a Universidade é um local de encontro, para onde os estudantes confluem vindos de todos os lugares e para todo tipo de conhecimento. Não se pode ter o melhor de tudo em todo lugar, deve-se ir a uma grande cidade ou loja para isso. Lá você tem todas as produções selecionadas da natureza e da arte, todas juntas, cada uma em seu próprio lugar. Todas as riquezas da terra são transportadas para lá, onde existem os melhores mercados e existem os melhores trabalhadores. É o centro do comércio, a suprema corte da moda, o juiz de talentos rivais, e o padrão de coisas raras e preciosas. É o lugar para ver galerias com obras de primeira qualidade e para ouvir maravilhosas vozes e intérpretes de habilidade transcendente. É o lugar para grandes pregadores, grandes oradores, dos nobres e dos grandes estadistas. Na natureza das coisas, a grandeza e unidade andam juntas, e a excelência implica em um centro. E tal, pela terceira ou quarta vez, é uma Universidade.
Espero não estar fatigando o leitor ao repetir isso. Lá é o lugar onde mil escolas fazem contribuições, onde o intelecto pode seguramente viajar e especular, certo de encontrar seu igual em alguma atividade rival, e seu juiz no tribunal da verdade. É um lugar onde a investigação incentivada, e as descobertas verificadas e aperfeiçoadas, a precipitação faz-se inócua, e o erro é exposto, pelo embate de intelecto contra intelecto e conhecimento contra conhecimento. É o lugar onde o professor se torna eloquente, e é um missionário e pregador, exibindo sua ciência em sua forma mais completa e bem-sucedida, colocando-a adiante com o fervor do entusiasmo, e estimulando o seu amor a ela nos corações de seus ouvintes. É o lugar onde o catequista faz boa a terra por onde passa, trilhando o dia a dia na verdade para a memória preparada, e inculcando-a na razão que se expande. É um lugar que ganha a admiração do jovem pela sua fama, inflama as afeições da meia-idade por sua beleza, e une a fidelidade do velho pelas suas interrelações. É um lugar de sabedoria, uma luz do mundo, um guia da fé, é a
Alma Mater da nova geração. É isso e muito mais, e exige uma mente e mãos melhores que as minhas para bem descrevê-la.
Tal é uma Universidade em sua ideia e propósito, como em boa medida tem até agora sido de fato. Será sempre assim? Estamos neste caminho com o poder da Cruz, sob a proteção da Santíssima Virgem e em nome de São Patrício.
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