Apresentação
John Henry Newman começou a escrever seu Ensaio sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã no início de 1845, em seu retiro de Littlemore, quando já estava desligado de suas funções de pároco da Igreja de St. Mary em Oxford, mas ainda era formalmente um anglicano. Em outubro desse mesmo ano, foi recebido no seio da Igreja Católica, e poucas semanas depois, ainda em 1845, o livro foi publicado.
Em 1838, no Tract 85, Newman usara a analogia da semente e de seu crescimento, comparando os princípios e o ensino fornecidos nas Escrituras, que ele chama de “sementes de pensamentos”, com o que ocorre com a semente na vida da Igreja, que cresce tornando-se dogma. Esse novo conceito da Tradição como crescimento orgânico foi exposto por Newman em seu 15º e último sermão pregado na Universidade de Oxford, em 1843. Pregando ali sobre a passagem de Lucas 2,19 (“Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração”), ele escreve: “[...] Maria é o nosso padrão de fé, tanto na recepção quanto no estudo da Verdade Divina. Ela não acha suficiente aceitá-la: pondera-a; seria insuficiente possuí-la: utiliza-a; insuficiente concordar: desenvolve-a; insuficiente submeter à Razão: racionaliza-a; não racionalizando primeiro, e acreditando depois, como Zacarias, mas primeiro acreditando sem racionalizar, e depois, com amor e reverência, racionalizando após crer. E assim ela simboliza para nós não apenas a fé dos incultos, mas também a dos doutores da Igreja, que precisam investigar, pesar, definir e professar o Evangelho”. Esta mesma passagem e raciocínio também são utilizados no seu “Ensaio”.
Durante alguns anos, até sua conversão, foi ficando claro para Newman que a realidade da Igreja Católica de seu tempo correspondia intimamente à realidade da Igreja da época dos Santos Padres, que ele considera sucessora verdadeira da Igreja dos Apóstolos, e afirma, por exemplo, que se Santo Atanásio ou Santo Ambrósio estivessem vivos, não teriam dúvidas em abraçar a Igreja Católica atual como sendo a sua igreja. Uma visão comum entre os protestantes e anglicanos era a de que a Igreja da Idade Média e posterior tinha feito adições e corrompido a Doutrina Patrística, o que se evidenciava pela falta de uma óbvia semelhança entre a Igreja dos Padres e a da época de Newman. Neste contexto, a Teoria do Desenvolvimento de Newman não foi elaborada para pôr à prova os argumentos do Catolicismo, mas, ao contrário, ele buscava afastar as objeções feitas ao Catolicismo, e isso também para si mesmo, numa época em que estava amadurecendo sua própria conversão.
O progresso, ou desenvolvimento na Doutrina, não é uma ideia nova na Igreja: São Vicente de Lérins, ainda no século V, afirmava: “Talvez alguém diga: então nenhum progresso da religião é possível na Igreja de Cristo? Certamente, deve haver progresso, e grandíssimo! Quem poderá ser tão hostil aos homens e tão contrário a Deus que tentaria impedi-lo? Mas com a condição de que se trate verdadeiramente de progresso pela fé, não de modificação... Que a religião das almas imite o modo de desenvolvimento dos corpos, cujos elementos, ainda que com o passar dos anos se desenvolvam e cresçam, sem embargo permanecem sendo sempre eles mesmos”. [...] “A estas mesmas leis de crescimento deve obedecer o dogma cristão, de modo que com o passar dos anos se vá consolidando e desenvolvendo no tempo, tornando-se mais majestoso com a idade, mas de tal maneira que siga sempre incorrupto e incontaminado, íntegro e perfeito em todas as suas partes”. São Vicente, como Newman, acreditava que a Revelação estava completa com a morte dos Apóstolos; a mesma coisa afirma a Igreja contemporânea: “Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado ‘como homem para os homens’, ‘fala, portanto, as palavras de Deus’ (Jo 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cf. Jo 5,36; 17,4). Por isso ele, em quem se vê também o Pai (cf. Jo 14,9), com toda a presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do Espírito de verdade, aperfeiçoa e completa a Revelação, confirmando-a com um testemunho divino.
Dessa forma, o “progresso” a que se refere São Vicente e os “desenvolvimentos genuínos” da teoria de Newman não são novas revelações, novidades e adições, ou, de acordo com a terminologia de Newman, “corrupções”. A Dei Verbum, citada acima, também afirma esse desenvolvimento, mostrando assim a influência do pensamento de Newman no Concílio Vaticano II: “Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo. Com efeito, progride a percepção tanto das coisas como das palavras transmitidas, quer graças à contemplação e estudo dos crentes, que as meditam no seu coração (cf. Lc 2,19.51), quer graças à íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, ou graças à pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade. Isto é, a Igreja, no decurso dos séculos, tende continuamente para a plenitude da verdade divina, até que nela se realizem as palavras de Deus”.
Há duas edições do Ensaio: a de 1845, à qual já nos referimos, e a de 1878, que foi usada na presente tradução, em que Newman organiza seu método de forma mais sistemática. O principal objetivo da obra é o de resolver o problema do desenvolvimento doutrinal na Igreja. Para isso, ele formula hipóteses que explicam a aparente descontinuidade entre a Igreja dos Apóstolos, ou Igreja Primitiva, e a Igreja contemporânea, principalmente baseando-se no seu novo conceito de “probabilidade antecedente”, uma combinação de argumentos a priori e a posteriori, um casamento de abordagens dedutivas e indutivas.
Newman, no decorrer do Ensaio, utiliza duas analogias básicas. Uma é que a Revelação ou o Cristianismo é uma ideia, dada ao mundo em Cristo e pelos Apóstolos. A segunda é que o crescimento do entendimento e significado da Revelação no Corpo Cristão pode ser comparado ao crescimento desse entendimento na mente de cada cristão. Boa parte da obra é dedicada a explicar, de forma detalhada e historicamente rica, as diferentes formas, critérios ou métodos para diferenciar entre os “desenvolvimentos genuínos” das ideias e doutrinas, e as chamadas “corrupções”.
Podemos encerrar esta breve apresentação com as palavras de Ian Kerr, biógrafo de Newman, no seu prefácio ao Ensaio: “O Ensaio é ainda a última palavra no tema do desenvolvimento doutrinal quando se fala sobre teologia católica. Nenhum outro teólogo católico tentou ainda algo na mesma escala e abrangência. O Ensaio é um dos grandes clássicos da Teologia por duas razões: primeiro, ele é um dos documentos intelectuais do século XIX comparável à Origem das Espécies de Darwin, o qual foi publicado mais de uma década depois; e em segundo lugar, se esta fosse a única obra de Newman a sobreviver, sua arte retórica e estilo certamente colocariam Newman entre os grandes prosadores da língua inglesa”.
Nesta data, em que comemoramos a Canonização de John Henry Newman pelo Papa Francisco, nada mais propício e adequado do que prestar essa singela homenagem publicando pela primeira vez a tradução em Língua Portuguesa desta obra seminal escrita por um Santo da Igreja.
Fabio A. Vitta
Outubro de 2019
Parte 3
Os desenvolvimentos doutrinais existentes como provável cumprimento dessa expectativa
1.
Em relação à doutrina revelada, que nos foi dada sobrenaturalmente no Cristianismo, venho argumentando, em primeiro lugar, que, em consequência do seu caráter intelectual, e tendo passado pelas mentes de tantas gerações de homens, e tendo sido aplicada por eles para tantos propósitos, e investigada com tanta curiosidade quanto às suas competências, implicações e sentidos, não poderia deixar de crescer ou de desenvolver-se, com o passar do tempo, em um grande sistema teológico. Em seguida, que, se é preciso haver um desenvolvimento, então, uma vez que a Revelação é um dom celestial, Aquele que o concedeu não o teria realmente concedido, a menos que também o protegesse da perversão e da corrupção em todos os desenvolvimentos que nela surgem pela necessidade de sua natureza; ou, em outras palavras, que aquela ação intelectual através das sucessivas gerações, que é o órgão do desenvolvimento, deve, tanto quanto pode afirmar ter sido encarregada de zelar pela Revelação, ser infalível em suas determinações.
Continuando a partir desses dois pontos, chego agora à questão de saber se há, na História do Cristianismo, algum cumprimento dessa previsão sobre a qual insisti, e se, de fato, doutrinas, ritos e costumes cresceram em torno do Credo Apostólico e impregnaram seus artigos, reivindicando ser parte do Cristianismo, e se se assemelham aos acréscimos que estamos buscando. A resposta é que tais acréscimos existem, e que são encontrados exatamente onde seria de esperar, isto é, nas cátedras oficiais e lares da antiga tradição, as Igrejas latina e grega. Permitam-me aprofundar este ponto.
2.
Observo, então, que se a ideia do Cristianismo, tal como nos foi dada originalmente do Céu, não pode deixar de conter muitas coisas que só serão parcialmente reconhecidas por nós como parte dele, e que só sustentaríamos inconscientemente; e se, novamente, tendo o Cristianismo procedido do Céu, tudo o que necessariamente está envolvido nele e evolui a partir dele, provém do Céu, e se, por outro lado, grandes acréscimos realmente existem, professando ser seus legítimos e verdadeiros resultados, nossa primeira impressão, naturalmente, é que eles devem ser os desenvolvimentos que professam ser. Além disso, a grande escala em que foram feitos, a sua grande antiguidade que não impede a atualidade de sua promessa, a sua formação gradual que não impede a sua precisão, a sua ordem harmoniosa, inclinam fortemente a imaginação a crer que um ensinamento tão consistente consigo mesmo, tão bem equilibrado, tão jovem e tão antigo, não obsoleto depois de tantos séculos, mas vigoroso e ainda progredindo, é o próprio desenvolvimento contemplado no Plano Divino. Essas doutrinas são membros de uma única família, e se sugerem, se correlacionam, se confirmam e se ilustram umas às outras. Uma fornece evidência para outra, e todas para cada uma delas; se esta é provada, aquela outra se torna provável; se esta e aquela são ambas prováveis, mas por diferentes razões, cada uma acrescenta à outra sua própria probabilidade. A Encarnação é o antecedente da doutrina da Mediação, e o arquétipo do princípio sacramental e dos méritos dos Santos. Da doutrina da Mediação surgem a expiação, a Missa, os méritos dos Mártires e Santos, sua invocação e culto. Do princípio sacramental vêm os Sacramentos propriamente ditos; a unidade da Igreja e a Santa Sé como seu modelo e centro; a autoridade dos concílios; a santidade dos ritos; a veneração de lugares santos, santuários, imagens, vasos sagrados, ornamentos e paramentos. Dos sacramentos, o Batismo se desenvolve na Confirmação, por um lado, e na Penitência, Purgatório e Indulgências, por outro; e a Eucaristia se desenvolve na Presença Real, na adoração da Hóstia, na Ressurreição do corpo e na virtude das relíquias. A doutrina dos sacramentos também conduz à doutrina da Justificação, e esta à do Pecado Original; a do Pecado Original, ao mérito do celibato. Esses desenvolvimentos separados não são independentes uns dos outros, mas, por meio de relações cruzadas, estão conectados e crescem juntos enquanto crescem a partir de um só. A Missa e a Presença Real são partes de um todo; a veneração dos Santos e suas relíquias são partes de um todo; seu poder de intercessão e o estado purgatório, e este com a Missa, são correlativos; o celibato é a marca característica do monaquismo e do sacerdócio. É preciso aceitar o todo ou rejeitar o todo; a atenuação apenas debilita, e a amputação mutila. Não faz sentido acolher tudo, menos alguma coisa que é tão essencial quanto qualquer outra parcela; e, por outro lado, é algo muito sério aceitar qualquer parte, pois, antes que se perceba, pode-se ser levado, por uma forte necessidade lógica, a aceitar o todo.
3.
Em seguida, temos de considerar que, do começo ao fim, não há nenhum outro desenvolvimento, a não ser aqueles que pertencem à Cristandade, isto é, nenhum com proeminência e permanência suficientes para merecer esse nome. Nos primeiros tempos, as doutrinas heréticas eram reconhecidamente estéreis e de curta duração, e não podiam resistir ao Catolicismo. Quanto ao período medieval, não tenho conhecimento de que os gregos apresentem mais do que uma oposição negativa aos latinos. E da mesma forma, ao Credo Tridentino não se contrapõe nenhum desenvolvimento rival; não há sistema antagônico. Críticas, objeções, protestos existem em abundância, mas pouco ensino efetivo, seja onde for; raramente há alguma tentativa, por parte de alguma escola oposta, de dominar suas próprias doutrinas, de investigar seu sentido e alcance, de determinar sua relação com os decretos de Trento e sua distância em relação a eles. E quando, em qualquer tempo, essa tentativa é por acaso feita em qualquer medida, então vem à tona uma irremediável divergência entre partes da teologia assim desenvolvida, e uma guerra de princípios; além disso, há uma impossibilidade de conciliar essa teologia com a tendência geral das fórmulas em que seus elementos ocorrem, e uma consequente aparência de desonestidade e sofisma em pessoas aventureiras que tentam dar-lhes à força alguma consistência. Prevalece, além disso, uma compreensão da verdade dessa representação, sobre a qual as autoridades mantêm o silêncio, evitando envolver-se com um projeto sem esperança e desencorajando-o em outros; e as pessoas claramente manifestam que, em sua opinião, tanto a doutrina quanto os costumes, a antiguidade e o desenvolvimento têm pouquíssima importância. Finalmente, há o desespero evidente até mesmo do melhor tipo de homens, que, consequentemente, quando estabelecem grandes planos, por exemplo para a conversão do mundo pagão, têm medo de levantar a questão das doutrinas às quais este deve ser convertido, por medo de que, por essa porta aberta, venham a perder o que têm ao invés de ganhar o que não têm. O contraste desses exemplos com os desenvolvimentos comumente chamados católicos faz pesar ainda mais o valor destes últimos. Ao peso desse contraste, pode-se acrescentar o argumento que decorre da coincidência entre a sua consistência e permanência, e a sua pretensão a uma sanção infalível — uma pretensão cuja existência, como parte integrante da Dispensação Divina, é, como já vimos, antecipadamente provável. Considerando todas essas coisas, creio que poucas pessoas negarão a forte pressuposição existente de que, se deve haver, como de fato há, desenvolvimentos no Cristianismo, estes são as doutrinas propostas por sucessivos Papas e Concílios através dos tempos.
4.
Uma outra pressuposição a favor dessas doutrinas surge da opinião geral do mundo sobre elas. Sendo o Cristianismo uma unidade, todas as suas doutrinas são necessariamente desenvolvimentos de uma unidade, e, nesse caso, são necessariamente coerentes entre si, ou formam um todo. Ora, o mundo aceita plenamente essa visão sobre aqueles bem conhecidos desenvolvimentos que reivindicam o nome de católicos. Ele lhes reconhece esse título, considera-os como pertencentes a uma única família e refere-se a eles como um sistema teológico. É quase desnecessário tentar provar aquilo que seus oponentes proclamam ainda mais vigorosamente do que seus defensores. Seus oponentes admitem que protestam, não contra esta ou aquela doutrina, mas contra uma e todas; e parecem tomados de admiração e perplexidade, para não dizer maravilhados, com uma consistência que sentem ser sobre-humana, embora não a reconheçam como divina. Todos admitem que o sistema possui um caráter de integridade e indivisibilidade, tanto à primeira vista como sob um exame apurado. Daí expressões como o “Tota jacet Babylon” do dístico. Lutero fez apenas uma parte do trabalho, Calvino outra porção, e Socino o terminou. Guiar-se por Lutero e rejeitar Calvino e Socino seria como viver em uma casa sem telhado. E isso não é um julgamento particular deste ou daquele homem, mas é a opinião comum, e a experiência de todos os países. As duas grandes divisões da religião, a Católica Romana e a protestante, entre as quais se situa a controvérsia, têm essa percepção; os céticos e liberais, que são espectadores do conflito, também a têm; e igualmente os filósofos. Existe, é verdade, uma escola de teólogos, de saudosa memória, que não o percebeu. E essa exceção terá seu peso — até refletirmos que a teologia particular que eles defenderam não tem a receita do sucesso, nunca foi realmente posta em prática, ou, se o foi por um momento, não teve permanência; além disso, quando foi promulgada pela autoridade humana, praticamente não foi além do papel em que foi impressa, ou das formas legais em que foi inserida. Mas, mesmo valorizando ao máximo o peso desses respeitados nomes, eles não constituem mais do que uma exceção à regra geral, como acontece com qualquer assunto submetido a discussão.
5.
E esse testemunho geral da unicidade do Catolicismo se estende à relação entre os seus ensinamentos passados e presentes, tanto quanto à relação entre as diversas partes do seu ensinamento atual. Ninguém duvida, a não ser aqueles a quem já nos referimos, que a Igreja Católica Romana de hoje é a sucessora e representante da Igreja Medieval, nem que a Igreja Medieval é a herdeira legítima da de Niceia, mesmo admitindo que se possa questionar se há ou não uma ligação entre a Igreja de Niceia e a Igreja que a precedeu. Em geral, todos concordarão que, dos sistemas existentes, a atual confissão de Roma é a que mais se aproxima, de fato, da Igreja dos Padres, embora alguns possam achar que essa proximidade é ainda maior no papel. Se Santo Atanásio ou Santo Ambrósio voltassem à vida hoje, não há dúvida sobre qual igreja eles considerariam como sendo a sua. Todos certamente concordarão que esses Padres, quaisquer que fossem as suas opiniões próprias ou, se quiserem, as suas reservas, se sentiriam mais familiarizados com homens como São Bernardo ou Santo Inácio de Loyola, ou com o solitário sacerdote em sua casa, ou com a santa irmandade da misericórdia, ou com a multidão iletrada diante do altar, do que com os mestres ou os membros de qualquer outro credo. Podemos ainda acrescentar que foram esses mesmos Santos que outrora peregrinaram, um como exilado, outro como embaixador, a Trèves, para ir ainda mais ao norte, e que, viajando até encontrar outra bela cidade, assentada entre bosques, prados verdes e córregos calmos, passaram direto por mais de uma alta nave e solenes claustros que ali encontraram, perguntando o caminho para alguma pequena capela, num beco tumultuado ou num abandonado subúrbio, onde se celebrasse a Missa. E, por outro lado, poderia alguém, que tivesse apenas ouvido seu nome e lido sua história, ter alguma dúvida sobre como, em troca, o povo da Inglaterra, “nós, nossos príncipes, nossos sacerdotes e nossos profetas”, Senhores e Comuns, Universidades, Tribunais Eclesiásticos, locais de comércio, grandes cidades, paróquias rurais, teriam tratado Atanásio, que passou longos anos lutando contra soberanos por um termo teológico?