Sou um estudante tanto de teologia quanto de cultura popular. Embora essas duas esferas sejam por vezes completamente distintas, gosto de buscar a Deus tanto em um filme de Hollywood ou em uma música pop quanto o faço em um tomo teológico. É necessário ter discernimento quando se trata da arte secular (e de tomos teológicos, eu acrescentaria), mas assino em baixo do que o Irmão Lawrence ensinou sobre buscar a Deus em todos os lugares.
Já que o meu último livro (
At the Heart of the Gospel) teve uma abordagem teológica mais formal, senti que estava na hora de levar a conversa por uma direção mais casual. Isso não quer dizer que não vamos explorar alguns mistérios profundos nesse livro. Vamos. Mas meu objetivo é abri-los em um tipo de diálogo entre fontes sagradas e seculares.
Há alguns anos eu tenho trabalhado com uma equipe de artistas e músicos experientes para desenvolver um evento ao vivo que incorpora música popular, clipes, vídeos do
YouTube e outros trabalhos artísticos em uma exposição atual do Evangelho. Geralmente apresentada em auditórios em vez de igrejas, esta é uma tentativa de “ir às encruzilhadas”, como disse Jesus, “e convidar todos para a festa nupcial” (cf. Mt 22,9). Esse livro tem o nome desse evento ao vivo
[1], e trata-se da mesma abordagem em forma escrita.
A arte é a linguagem do coração. Às vezes, a letra de uma música, uma melodia ou uma cena de filme é capaz de iluminar verdades de uma forma que a teologia acadêmica não consegue fazer. E é por isso que até mesmo uma arte
secular pode se tornar ocasião de uma experiência
sagrada. Como escreveu São João Paulo II, “mesmo fora das suas expressões mais tipicamente religiosas, mantém uma afinidade íntima com o mundo da fé, de modo que, até mesmo nas condições de maior separação entre a cultura e a Igreja, é precisamente a arte que continua a constituir uma espécie de ponte que leva à experiência religiosa”
[2]. Esse livro, com suas diversas referências às músicas e filmes da cultura popular, procura fazer essa ponte.
É claro, fontes sagradas estabelecem a base da conversa. Recorro primariamente à sabedoria das Escrituras, aos escritos de santos cristãos ao longo dos séculos e à visão do amor humano no plano divino desvendada por São João Paulo II. Sua magnífica
Teologia do Corpo, bem como seu livro pré-papal
Amor e Responsabilidade, tem oferecido aos cristãos de várias linhas confessionais uma resposta bíblica arrojada e convincente para a revolução sexual, e tem sido a inspiração para o trabalho da minha vida.
Resumindo, o simples e ao mesmo tempo elevado objetivo deste livro é ajudar-nos a mirar nossos
desejos de acordo com o
desígnio de Deus de modo que possamos seguramente chegar ao nosso
destino eterno: beatitude e êxtase em união com Deus e uns com os outros, para sempre. Desejo-desígnio-destino: talvez possamos chamar isso de viver nossas vidas em 3D. Dizendo de forma ainda mais sucinta, esse livro é uma oração, um grito que brota do profundo vazio em nosso ser, pedindo a Deus: “
enchei estes corações”. Espero que seja uma benção em sua jornada.